Artigo
O ser humano é a única espécie que retira a própria vida, pois todos os animais lutam para sobreviver, já que possuímos a característica de pode imaginar e ter medo do abstrato, assim criamos situações futuras, as quais podem ser boas ou ruins para nossa existência.
Nossa sociedade tem o poder de causar pressão sobre os indivíduos, através de uma série de mecanismos e possibilidades infinitas de divulgação, pois existem tecnologias, de acesso irrestrito e imediato, sem filtros e com controle limitado.
Não se pode esquecer das demandas de consumo apresentadas, por estas tecnologias e que pressionam as pessoas para adquirirem mais e mais, visando se ajustarem ao modelo imposto pela sociedade.
Outro aspecto a considerar é o isolamento em que passamos a viver, devido a essas tecnologias, potencializadas pela pandemia, dificultando a comunicação interpessoal e a socialização.
O suicídio de policiais é uma realidade, pois esses profissionais lidam com todos os problemas crônicos da sociedade, trabalhando com a morte, de várias formas, precisando suportar a pressão psicológica desencadeada pelo seu cotidiano.
Muitos buscam alívio em drogas, lícitas ou ilícitas, fugindo da realidade, mas aliado a tudo isso há também a pressão institucional para serem infalíveis nas suas decisões.
Os familiares sofrem pela ausência, sentem a irritabilidade, devido à impotência dos profissionais, perante um sistema legal que os faz repetir diversas vezes o mesmo trabalho.
Aliado a tudo isso falta nas instituições um serviço psicológico eficiente para ajudar os policiais a lidarem com as frustrações, dramas pessoais e profissionais, além dos traumas decorrentes dos enfrentamentos com os criminosos.
E quando o policial mata o que acontece com sua mente, qual o resultado de voltar ao mesmo local novamente, continuando a trabalhar pouco tempo depois de ter suas mãos sujas pela morte. A sociedade e as instituições precisam pensar nisso, senão mais suicídios virão a acontecer.