Não é admissível estar falando em REESTRUTURAR O IPE SAÚDE, DE NOVO, nas bases em que está sendo feito, se nos não temos sequer um processo TRANSPARENTE DE DADOS, quando não temos as informações amplas e adequadas do passivo e do legado que as gestões anteriores de Governo nos deixaram.
A cada Governo que passa, sempre existe a possibilidade de culpar o anterior, os gestores de outros partidos, os responsáveis pela má condução da referida área pública; hoje o Governo não pode dar esta desculpa, pois está na condução há mais de quatro anos, com as rédeas e a responsabilidade pela administração dessa área tão importante. Melhor, pela irresponsabilidade na gestão dos recursos públicos colocados ao dispor da sociedade na condução do SISTEMA DE SAÚDE PÚBLICA DOS SERVIDORES PÚBLICOS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL.
Hoje os responsáveis pela ineficácia ainda estão com o bastão na mão, quer no Executivo, assim como boa parte no Legislativo. Ou seja, está se propondo uma REESTRUTURAÇÃO, quando não sabemos qual é a situação atual, quem foram os irresponsáveis por essa desorganização geral do SISTEMA. Não sabemos quais são os problemas, quais são as dívidas, quem são os credores, por que não se implementa a efetiva cobrança. Há desmandos e faltas de controles generalizados, ou não há? Se há, por que há?, se não há, por que mudar?
Por que não impomos responsabilidades aos gestores públicos, por que os nossos representantes não exercem os seus papeis e cobram como a legislação define, que eles sejam devidamente responsabilizados pela má conduta enquanto gestores públicos; não há crimes de responsabilidades? Por que não fazer esta avaliação, esta cobrança, esta colocação de TODAS AS CARTAS NA MESA, virando e definindo com clareza e com fidedignidade quem deve ser efetivamente penalizado por malversação do dinheiro público.
Em contrapartida, em caráter de urgência, se apresenta um plano de REESTRUTURAÇÃO DO IPE SAÚDE, que irá trazer a mudança do SISTEMA, dos seus princípios, dos seus pilares, com a intenção de ampliar o atendimento médico, que não há, com a possibilidade de resolver o passivo do sistema, quando na realidade o grande CREDOR é o próprio Estado, que não paga e não declara por que não paga. Ou tudo isto é por que há outros objetivos específicos, não transparentes, para tamanha CRISE e descalabros de gestão.
Em audiência pública e posteriormente em “grande expediente” realizado na Assembleia Legislativa do Estado, foi trazido que tais objetivos possam ser o de, em curto e médio prazo, possa vir a ser privatizado o sistema, assim resolvendo o problema que os nossos representantes no legislativo e no executivo geraram, um não tendo a gestão adequada e o outro não cumprindo com as suas funções de fiscalização devida. Ampliando um pouco mais, até que ponto deixando de cumprir com as responsabilidades, enquanto governantes.
Não se pode esquecer que esta gestão é do dinheiro não apenas do governo do estado, mas dos servidores que efetuam o devido pagamento mensal de valores por um sistema equilibrado, transparente, eficiente e eficaz.
Nos falamos em reestruturar o IPE SAÚDE trazendo alguns dados que não são por completo devidamente claros. Quantas vidas integram o SISTEMA DO IPE SAÚDE: 1, 1000, 100 mil? Quantas destas vidas está em duplicata, ou seja, é um só corpo pagando por duas matrículas. É só verificar na Secretaria de Educação quando temos servidores que possuem duas matrículas (20 horas cada uma). É um só corpo pagando por dois planos, é impossível acreditar. Só uma vida usufrui do sistema, mas paga como se fossem duas vidas. Se formos avaliar com mais cuidado, talvez o IPE seja superavitário?
A desculpa de que se não reestruturarmos o IPE SAÚDE não teremos mais médicos para atender ao sistema, que é necessário ampliar os valores a serem pagos a eles. Estamos de acordo, mas porque não são pagos, quantos médicos são cadastrados, quais os valores efetivamente cobrados e ressarcidos a eles, …. ou a falta de pagamento é por falta de gestão do Governo e não por falta de pagamento dos servidores. O Governo não paga a sua parte, por isso faltam recursos para pagar o todo. A RESPONSABILIDADE solidária do Estado NÃO EXISTE ALÉM DO PAPEL. Claro que o governo necessita mudar o sistema para não discutir a sua irresponsabilidade, para que possa deixar a sua falta de gestão sob o tapete, para que deixe de se preocupar em avaliar quem foram ou ainda é o responsável por tamanha incompetência administrativa, financeira.
OR FIM, vejamos a grande incongruência; estamos colocando a necessidade de reestruturar o IPE SAÚDE, quanto estamos frente a pagamentos de indenizações por parte do ESTADO para alguns servidores públicos, de “poderes” que podem, por medidas administrativas vincularem-se a planos de saúde, inclusive privados; enquanto outros SERVIDORES PÚBLICOS que ganham MUITO MENOS, precisam ampliar os seus valores de percentuais de pagamento, com a possibilidade inclusive de pagarem mais coparticipação por exames e cirurgias. Não podemos acreditar que tais situações não estejam sendo avaliadas por nossos representantes no Executivo e no Legislativo. Talvez tenham a certeza que tais cobranças quanto arguidas, não terão a devida análise. É completamente inadmissível estarmos falando de reestruturar o IPE SAÚDE sem tratarmos anteriormente dessas questões.
Mas o projeto quer resolver tudo isto, com uma medida muito simples, ampliará os valores que os servidores públicos do Executivo devem repassar ao sistema, para que continue sendo má gerido, má conduzido, até quem sabe a sua total condição de seguir em frente, passando para o setor privado que irá com melhores condições prestar os devidos atendimentos a todos, hospitais, clínicas, médicos e quem sabe aos clientes as vidas que dão sentido ao SISTEMA.
Pena que isto fará com que os IRRESPONSÁVEIS PELA NECESSIDADE DE REESTRUTURAR O IPE SAÚDE não sejam devidamente identificados e penalizados.
Vamos em frente, precisamos de mais seriedade, mais controle, mais fiscalização e muito mais respeito!