Agentes e delegados consideram que carga de trabalho é exaustiva, sem a devida reposição salarial
HUMBERTO TREZZI GZH
Policiais civis gaúchos prometem fazer barulho na próxima terça-feira (3): eles preparam a “Marcha da Polícia Civil”, que começará às 13h, em frente ao Palácio da Polícia, em Porto Alegre, com caminhada até a Praça da Matriz, seguida de realização de ato em frente ao Palácio Piratini e à Assembleia Legislativa.
A mobilização é promovida pelo Sindicato dos Escrivães, Inspetores e Investigadores de Polícia do RS (Ugeirm-Sindicato), pela Associação dos Comissários de Polícia do RS (ACP/RS) e pelo Sindicato dos Servidores da Polícia Civil do RS (Sinpol-RS). E conta com apoio da Associação dos Delegados de Polícia do RS (Asdep).
Os policiais reclamam do excesso de operações, várias por semana, que resultam em carga demasiada de trabalho. Acrescentam a isso o déficit de pessoal (algo que acontece desde que existe a Polícia Civil), salários congelados e falta de promoções na carreira.
— A Asdep apoia esse movimento, pois os delegados sofrem o mesmo problema. Estamos com uma carga de trabalho absurda, combatendo o crime nas ruas, com operações contra a criminalidade toda a semana (muitas vezes, mais de uma por semana), refletindo positivamente nos índices de criminalidade. Mas queremos valorização. O governador, que é um homem de diálogo, precisa receber as instituições representativas de classe. Essa situação tem levado os policiais ao adoecimento, com servidores pedindo afastamento para cuidar da sua saúde física e mental — detalha o presidente da Asdep, delegado Guilherme Wondracek, que foi também Chefe de Polícia.
As entidades fazem questão de ressaltar que concordam com as operações, desde que a carga de trabalho seja dosada e remunerada de acordo. A coluna aguarda posicionamento da Secretaria da Segurança Pública (SSP).