Artigo: No momento em que nosso Estado Gaúcho é abalado por uma catástrofe, em particular uma grande enchente, importante se faz reler a história do Rio Grande e, em especial, quanto a participação de nossos brigadianos e Bombeiros Militares na defesa de nossa sociedade, agora socorrendo os flagelados e não se descuidando da sua missão de preservação da ordem pública. Assim, buscando na história e relendo o livro Crônica da Brigada Militar do saudoso Cel Helio Moro Mariante, às páginas 202:
“A grande enchente – No mês de maio de 1941 o Rio Grande do Sul, assolado por uma das maiores enchentes de toda a sua história. Copiosas chuvas provocaram cheias nos rios gaúchos, que extravasaram, desabrigando de seus lares milhares de famílias. A força gaúcha, conjugando seus esforços com os do povo e autoridades em geral, mobilizou-se e trabalhou afanosa e incansavelmente, na faina de salvar vidas e bens dos seus semelhantes, afora o redobramento de sua missão de mantenedora da ordem pública, exacerbada sempre nos momentos das grandes convulsões, quer sociais, quer da natureza. Colaborou intensamente no fornecimento de alimentação e alojamento aos flagelados, abrigando milhares deles nos seus quartéis, propiciando-lhes, ainda, assistência médica, social e recreativa.”
Pois bem!! Agora, também no mês de maio, mais uma vez o povo gaúcho é assolado por outra grande enchente, com consequências ainda maior que as da anterior. Antes o rio Guaíba se elevou a 4,76 m, agora ultrapassando a marca histórica, atingindo mais de 5 metros. Mas uma circunstância foi a mesma: A presença dos brigadianos e dos bombeiros militares que literalmente irmanados estão colocando o “peito na água”, se desdobrando no terreno enlameado e em ambiente hostil. Estão nos mais longínquos recantos, diuturnamente, e lá resgatam e prestam socorro aos gaúchos e gaúchas, estendendo suas mãos, colocando-os em segurança e inclusive em grande número sendo acolhidos em seus quartéis.
Ainda, neste momento de tragédias, vislumbra-se grande realce dado a atuação de outros órgãos que a bem da verdade, deve ser dito que igualmente estão contribuindo pontualmente para algumas ações. Porém, os brigadianos e bombeiros militares estão presentes e atuando em todos os lugares, diuturnamente, com recursos materiais limitados, mas com o mesmo vigor dos seus antepassados.
Por oportuno dizer que os milhares de desabrigados que estão sendo socorridos e acolhidos jamais vão esquecer a atuação de nossos brigadianos e bombeiros militares, alguns deles, quem sabe, remanescentes da anterior grande enchente.
Passados 83 anos, evidentemente, o nosso Rio Grande continua a precisar de uma melhor infraestrutura de contenção e nossa capital precisa muito mais do que o muro da Av Mauá; Mas, por certo, independente das estruturas a serem ou não efetivadas, os brigadianos e bombeiros militares continuarão firme defendendo o nosso povo, tendo sempre como objetivo “Salvar Vidas”, aliás, como bem está assentado na canção da BM “Dos leões farroupilhas trazemos O vigor destemido no ser; Heroísmo, bravura e ousadia; Pra vitória final merecer!
Por fim, por certo adiante haverá novas catástrofes, mas também por certo os brigadianos e bombeiros militares continuarão prontos para estender sua mão amiga a todos os necessitados.
Paulo Roberto Mendes Rodrigues– Cel – Ex-Cmt G