A força das águas arrastando as cidades, destruindo tudo que estivesse pela frente, inclusive grandes obras de engenharia, como pontes, barragens e barreiras nos morros, demonstrando como somos fracos perante a natureza, a qual não conseguimos controlar.
O nível dos rios, lagos, arroios, açudes e lagoas subiu de maneira rápida, atingindo altura de inundação em diversos locais, superando marcas históricas da grande enchente de 1941, com invasão das águas em muitas cidades.
Constatar que tantas pessoas dormiam em suas casas, em locais secos, sem histórico de inundação, foram surpreendidas com o avanço rápido e descontrolado das águas, invadindo as residências, estragando as estruturas, móveis e eletrodomésticos.
Houve muitos que, preventivamente, saíram de suas casas, conseguiram salvar alguns itens, porém inúmeros tiveram que sair apenas com as roupas que usavam, alguns sem documentos, perdendo tudo de material que possuíam.
As imagens de cidades inteiras submersas, com o desaparecimento de ruas, praças e prédios, restando apenas pequenas partes das construções mais altas, tudo se transformando num enorme mar de cor barrenta.
Nossa fraqueza também está presente quando soubemos que centenas de pessoas não conseguiram se salvar, agonizando sob as águas, perdendo suas vidas por afogamento, de maneira trágica e sem podermos evitar as mortes.
O que fazer perante a força da natureza, somos tão insignificantes, enquanto seres humanos, fracos e desamparados, sofrendo por tanta destruição e tristeza, abandonos e mortes, tudo sem nosso controle.
Mas descobrimos que, enquanto sociedade, o povo é muito forte, conseguindo ajudar na manutenção da vida dos que sobreviveram, levar comida e proteção aos desabrigados e amparo a quem perdeu tudo, inclusive a vida de tantos.
Paulo Franquilin – Jornalista e escritor