Conheça as principais mudanças na farda da BM apresentada nesta quinta-feira

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Cerimônia teve ainda entrega do primeiro helicóptero do Corpo de Bombeiros do RS e de 3.151 pistolas para a Polícia Civil 

LETICIA MENDES GZH

Entre as principais alterações está a substituição do boné branco pelo chamado cinza BM, e a camisa longa estilo combat shirt Lauro Alves / Agencia RBS

Em breve, a Brigada Militar de todo o Rio Grande do Sul deve estar de “cara” nova. Ao menos em relação ao fardamento daqueles que fazem o policiamento diário nas ruas. A nova farda foi apresentada na manhã desta quinta-feira (6), durante cerimônia oficial em Porto Alegre. Entre as principais alterações está a substituição do boné branco pelo chamado cinza BM, e a camisa longa estilo combat shirt. 

A mudança é considerada histórica pela corporação, como uma das maiores realizadas no fardamento nas últimas décadas. O vestuário do policiamento passou por alterações pontuais ao longo dos anos, mas essa é considerada uma renovação mais completa. 

— O foco do fardamento é trazer maior conforto e operacionalidade ao policial — afirma o comandante da BM, coronel Cláudio dos Santos Feoli. 

Visualmente, uma das principais mudanças está na cobertura, o boné que deixa de ser branco e passa para o cinza. Para as forças táticas, a boina segue na cor preta. Na camisa, o estilo combat shirt que começa a ser usado, com zíper na gola e liso no peito, é bastante distinto do antigo, que tinha bolsos e boltões. 

A nova camisa é considerada mais confortável, devido ao tecido que se adapta ao corpo do policial. A camiseta branca, por baixo da camisa, também passa a ser substituída pela cor preta. Já o cinto deixa de ser verde oliva, com fivela dourada, e também passa a ser preto, de poliester, com fivela preta.

Na calça tática, também na cor cinza BM, a principal mudança é um velcro na parte inferior. Ele substitui o anel de borracha que era usado para prender a calça junto ao coturno. Agora, a calça deve ser sobreposta ao cano do coturno. As meias e o calçado seguem na cor preta. Mas o novo coturno, segundo a BM, possui qualidade superior e deve ter vida útil mais longa. A tecnologia empregada nos tecidos também é considerada ponto positivo. Além de mais confortáveis, algumas peças contarão com proteção contra os raios UVA/UVB, e capacidade de repelir água e óleo. 

Identificações

Outra alteração está nas insígnias, usadas para identificar os postos e graduações dentro da corporação. Os itens passaram a ser emborrachados, nas cores preto e cinza. Os locais onde serão fixados — com uso de velcro — também mudou, e agora será na gola. A identificação com o nome do policial, que era sempre usada no peito, poderá temporariamente ser fixada no braço abaixo do brasão da corporação. 

Quando o policial estiver utilizando colete em serviço, deverá fixar a tarjeta com o nome no peito. Os itens que identificam as unidades operacionais, e a bandeira do Rio Grande do Sul também serão emborrachados e fixados junto aos braços, em locais específicos. 

As mudanças no fardamento se iniciaram por Porto Alegre, Região Metropolitana e Vale do Sinos. Mas a expectativa é de que até o fim do ano todo efetivo esteja usando a nova farda. 

Helicóptero e armas

Na cerimônia na qual foi apresentado o fardamento, foram realizados dois outros atos nesta quinta-feira. Um deles foi a entrega do primeiro helicóptero ao Corpo de Bombeiros Militar do RS. A aeronave modelo AW 119 kx Koala possui característica multimissão e terá condições de ser utilizada de forma contínua em operações aéreas tanto sobre terra quanto superfícies aquáticas. Poderá ser usada em busca, salvamento e resgate aéreo, apoio no combate a incêndios florestais, ações de defesa civil, atuação em desastres e catástrofes, realização do suporte básico de vida, entre outros.

O helicóptero tem capacidade de transporte para oito pessoas, sendo dois pilotos e seis tripulantes, podendo ser configurada de forma rápida para transporte com maca. Está preparado ainda com dispositivos para operações de busca, em principal, resgate em altura (rapel), e conta com dispositivo de combate a incêndio com capacidade de 820 litros d’água. Com autonomia de duas hora e meia em velocidade de cruzeiro, a aeronave poderá percorrer até 500 quilômetros sem parar para abastecimento. 

No mesmo evento, na orla do Guaíba, foi realizada a entrega de 3.151 pistolas para a Polícia Civil. De calibres 40 e 9 milímetros, os armamentos deverão ser encaminhados aos departamentos e delegacias de diversos municípios do Estado. 

O conceito por trás do novo fardamento da Brigada Militar

Atualização foi inspirada em padrões adotados nas principais forças policiais e militares do mundo, entre elas, a SWAT e os SEALs

Após décadas sem grandes alterações, o fardamento da Brigada Militar está ganhando uma nova “cara”. Por trás da mudança no fardamento, apresentada nesta quinta-feira (6), em Porto Alegre, está um conceito inspirado nos padrões adotados pelas principais forças policiais e militares do mundo, entre elas a SWAT e os SEALs, tropas de elite dos Estados Unidos. 

Conversei com o comandante-Geral da BM, coronel Cláudio dos Santos Feoli, sobre as modificações – que incluem, por exemplo, a adoção de bonés com proteção contra raios ultravioleta, água e óleo, gandolas (parte superior da farda) 100% de algodão para maior flexibilidade e conforto sob os coletes à prova de balas, calças com múltiplos bolsos e roupas térmicas do tipo “segunda pele” para os dias de frio.

Há três décadas na corporação, Feoli diz que presenciou apenas modificações pontuais no design da farda. Uma delas, conta ele, envolveu a adoção das jaquetas de couro, anos atrás. Foi uma “revolução”, já que, antes disso, os PMS eram obrigados a usar uma espécie de sobretudo que ia do pescoço aos pés (imagine ter de correr atrás de um criminoso vestindo isso…). 

Hoje ultrapassados e próximos da aposentadoria, os casacos de couro devem começar a ser substituídos por novos modelos (impermeáveis, mais leves e com capuz) ainda este ano. Será o próximo passo na atualização em curso, que foi pensada com três principais objetivos: levar maior bem-estar à tropa, garantir mais segurança, resistência e mobilidade e, como consequência das duas primeiras metas, melhorar os serviços prestados à população.

— Temos de valorizar nossa história, mas não podemos ficar presos ao passado. Buscamos referências no que há de melhor no mundo. A farda deixou de ser uma simples roupa para se tornar um EPI (equipamento de proteção individual). Acreditamos que essas alterações também vão mexer com a autoestima dos nossos policiais e, consequentemente, na qualidade do serviço — diz o coronel, conhecido por atuar na linha de frente.

Para isso, mínimos detalhes foram pensados. Por exemplo: a inclusão de bolsos nos braços. Parece algo comum, certo? Nem tanto. Há a questão funcional, é claro, mas não é só isso. Os bolsos, segundo o comandante, aumentam o volume dos bíceps e dão uma impressão de imposição física aos policiais. Como se sabe, a imagem da polícia também interfere na ação dos criminosos. Agora, ao que parece, eles terão mais motivos para temer a Brigada Militar.

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