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Mais um líder de facção foge após ganhar prisão domiciliar humanitária

Marizan de Freitas, que voltou neste ano de uma temporada em penitenciária federal, fugiu após realizar cirurgia e ficar alguns dias em casa

HUMBERTO TREZZI GZH

As polícias civil e militar gaúchas mais uma vez estão atrás de um chefe criminoso que deveria estar preso. Marizan de Freitas, 35 anos, um dos cabeças da facção Os Manos (natural do Vale do Sinos), fugiu da residência de luxo que ocupava num condomínio em Capão da Canoa, onde deveria cumprir prisão domiciliar.

Marizan, que age no Vale do Sinos, não é um sujeito qualquer no crime. Cumpre penas que, somadas, alcançam 38 anos de prisão (dos quais já cumpriu 13 anos) por tráfico e tentativa de homicídio, mas responde a diversos outros processos (inclusive por homicídio). Em um dos casos, numa gravação interceptada pela Polícia Civil, ele ordena de dentro da prisão a morte a tiros de um desafeto. Até por isso, Marizan é definido pelo Ministério Público como “indivíduo de alta periculosidade”.

Ele é tão influente na sua facção que foi transferido em 2020 para uma penitenciária federal, fora do Rio Grande do Sul, de onde retornou um ano depois. Aí, foi transferido para a Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc), a mais fortificada do Estado. Lá, Marizan teve recentemente a prisão preventiva decretada (mesmo já estando preso) por falta grave: uso de celular em sua cela, onde estava até o início deste mês.

Em maio, o advogado de Marizan pediu que o cliente fosse transferido para prisão domiciliar. O motivo: precisava fazer uma cirurgia. Devido a um antigo ferimento a bala em uma das pernas, sofria dores e necessitava de cirurgia. Autoridades judiciais concederam a ele o direito de ficar em casa após a operação, “por razões humanitárias”.
Marizan deu como endereço um condomínio de luxo em Capão da Canoa. Por precaução, PMs foram até o local informado. Não localizaram o preso, que sequer tinha informado qual casa ocuparia. Ninguém com o nome dele estava no residencial, conforme relatórios repassados à Justiça, aos quais a coluna teve acesso.

O Ministério Público então pediu, na quinta-feira (27), o fim da prisão domiciliar do líder da facção e o retorno dele à Pasc. Tarde demais. Marizan não foi localizado. Agora, uma operação conjunta de busca foi organizada por Polícia Civil (Delegacia de Capturas) e Brigada Militar.

É apenas mais um dentre vários casos recentes de presos soltos por “razões humanitárias” que aproveitaram para fugir. Em fevereiro, Sandro Alixandro de Paula, o Zoreia, ganhou direito a cumprir a pena em casa, apesar de condenado a 243 anos de prisão. Fugiu e só foi localizado nesta semana, pela Polícia Civil, em Belém (Pará), após passar por Argentina e Paraguai. 

Em 2020, um outro presidiário, condenado a 90 anos por roubos e estupros, foi libertado pelas autoridades judiciais como precaução contra a covid-19 (ele era de um grupo de risco). Em liberdade, ele assaltou, estuprou e espancou uma manicure, conforme relato dela mesma a GZH. Hora de os magistrados olharem com atenção a quem andam libertando.

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