Edição Impressa

Projeto que proíbe “saidinhas” de presos avança no Senado

Comissão de Segurança Pública aprovou proposta em votação simbólica nesta terça-feira

ESTADÃO CONTEÚDO Levy Teles

A Comissão de Segurança Pública do Senado aprovou, em votação simbólica, nesta terça-feira (6), um projeto de lei que proíbe a chamada “saidinha”, benefício que permite a saída temporária de presos em datas comemorativas. A pauta foi apresentada em consenso com os demais senadores. A matéria vai ao plenário.

A autorização é dada aos detentos que tenham cumprido ao menos um sexto da pena, no caso de primeira condenação, e um quarto, quando reincidentes. As “saidinhas” ocorrem até cinco vezes por ano e não podem ultrapassar o período de sete dias.

O projeto que está no Senado prevê também a exigência de exames criminológicos para progressão de regime penal e o monitoramento eletrônico obrigatório dos detentos que passam para os regimes semiaberto e aberto — este último prevê o cumprimento do restante da pena fora da prisão.

Na cerimônia de retorno das atividade do Congresso, realizada na segunda-feira (5), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), sinalizou que a Casa daria atenção especial à pauta de segurança pública.

— Outro tema para o qual dedicaremos especial atenção será o da segurança pública. Pretendemos colaborar para a instituição de institutos penais modernos e eficientes, capazes de conciliar o combate efetivo à violência pública com a garantia aos direitos fundamentais — disse.

Na sessão, não houve debate. Senadores discursaram em defesa da proposta.

— Não é populismo penal. Esse é um benefício que realmente tem trazido problemas na execução da pena, já que os presos são soltos aos milhares e centenas, não voltam, e alguns cometem crimes. Precisamos redimensionar o que está dando errado — afirmou Sérgio Moro (União-PR).

Moro apresentou uma emenda ao relator da proposta, Flávio Bolsonaro (PL-RJ), para permitir o benefício aos presos de frequentar cursos supletivos profissionalizantes, Ensino Médio ou Superior. A emenda foi acatada por Flávio.

— Ao se permitir que presos ainda não reintegrados ao convívio social se beneficiem da saída temporária, o poder público coloca toda a população em risco — avaliou o relator.

A sessão não contou com a presença de governistas. Jorge Kajuru (PSB-GO), vice-presidente da Comissão de Segurança Pública, foi o único representante presente.

A oposição, por outro lado, compareceu. Participaram da sessão o líder do PL no Senado, Carlos Portinho (RJ), o líder da oposição, Rogério Marinho (PL-RN) e até deputados da bancada da bala na Câmara, como Capitão Alden (PL-BA).

— A oposição veio maciçamente para a comissão. Significa o nosso comprometimento com a segurança pública. Isso para mim é muito importante, porque mostra a nossa unidade — pontuou Marinho.

O projeto que extingue o benefício da saída temporária dos presos, hoje permitida pela Lei de Execução Penal, foi aprovado pela Câmara dos Deputados em agosto de 2022. O texto aprovado é o substitutivo do relator, o então deputado federal Capitão Derrite (PL-SP), atual secretário da Segurança Pública em São Paulo.

Últimas

Comissão aprova limite em contribuição previdenciária de PMs e bombeiros militares inativos

Proposta deverá seguir para o Senado, salvo se houver...

Reforma no IPE Saúde reduz usuários e mantém reclamações

Mais de 44 mil usuários deixaram o plano em...

ENCONTRO DE VETERANOS

Neste dia 12 de novembro/25, ocorreu mais uma edição...

Patrocinadores

spot_img
spot_img
spot_img
spot_img

Estado é condenado a indenizar em R$ 100 mil mulher de policial morto durante operação no RS: “Vidas importam”, diz viúva

Também agente da Polícia Civil, viúva atuava na mesma ação em que Rodrigo Wilsen da Silveira foi baleado na cabeça em 2017 Pedro Trindade Madu...

Comissão aprova limite em contribuição previdenciária de PMs e bombeiros militares inativos

Proposta deverá seguir para o Senado, salvo se houver recurso para análise no Plenário da Câmara A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania...

Reforma no IPE Saúde reduz usuários e mantém reclamações

Mais de 44 mil usuários deixaram o plano em 2024 Flávia Simões Correio do Povo “O IPE não atendia mais as minhas necessidades”, resumiu o delegado...