Marco Antônio Moura dos Santos[1]
Com tristeza continuo a assistir os jornais de notícias nas grandes mídias brasileiras; sei que o errado sou eu, mas continuarei errando, pois talvez não devesse mais dar audiência para jornais tendenciosos e com uma “intenção” muito clara de desinformar a sociedade, pois não trazem notícias claras, concretas, coerentes, reais; ao contrário distribuem “notas oficiais do governo e ou de partidos aliados”, com posicionamentos muito parciais e muitas vezes completamente irreais do que está ocorrendo no mundo e não apenas no Brasil.
Quem governa o país? a quem compete definir as políticas públicas, entre outras as econômicas e de relações internacionais, a quem compete? Não é preciso ser constitucionalista, ser entendido em direito, ser político, acadêmico, basta ser uma pessoa preocupada com a vida, com as questões diárias de quem compra, paga, necessita de produtos, de trabalho, de recursos para levar sua vida de forma adequada, para saber a resposta. Basta ser uma pessoa que está no país pagando seus tributos, impostos e cumprindo os compromissos para que o país tenha um grupo de pessoas gerenciando as decisões da gestão governamental. E cada dia se paga mais, em vista dos muitos impostos e taxas estabelecidas pelos governos populistas e descompromissados com o todo, que temos escolhido.
Assim como em 08 de janeiro, estamos vendo novo contexto de distorção das responsabilidades, pois lá nenhum dos responsáveis pela segurança nacional, pela soberania, democracia, pela vida e patrimônio nacional, pela proteção da integridade dos poderes constitucionais, foram sequer investigados por tudo que ocorreu, Ao contrário, deixaram de prestar esclarecimentos, de entregar possíveis provas, de justificarem a omissão e tomada de medidas preventivas para evitar a ocorrência de “possíveis atos atentatórios a democracia e ao Estado Democrático de Direito”.
Agora estamos diante de novos problemas de caráter nacional, de competência da União e estamos procurando responsabilizar, apenas os ditos “membros da família”, que supostamente articularam o tarifaço de Trump contra o Brasil.
Nas análises apresentadas parece que houve “surpresa” na tomada de decisão do governo americano, a partir da situação ocorrida no Brasil, contra o “denunciado por crime de tentativa de golpe de Estado entre outros”.
Não podemos pensar que um país como o Brasil, com toda a sua estrutura de diplomacia, de segurança institucional, de inteligência governamental, possa ter sido pego de surpresa pela política externa americana, pelas decisões realizadas, mas prometidas em campanha e até mesmo já efetivadas pelo mesmo presidente em seu primeiro mandato e agora já estabelecidas para outros Países em todo mundo.
É incrível acreditar que possamos ser manipulados pelas narrativas de que tais fatos foram produzidas por questões de relações pessoais de amizade entre o filho do “denunciado” com membros do governo federal americano ou com o próprio presidente americano. Talvez essa consideração possa nos dar a entender que no Brasil as decisões políticas, econômicas, jurídicas sejam tomadas a partir dessa metodologia “democrática” de gestão pública. O governo americano impôs sanções econômicas não apenas ao Brasil, mas para distintos países, entre eles China, Rússia, Índia, Japão, membros do NAFTA, do MERCOSUL e da União Europeia. Será que a força da “família do denunciado” pode ter levado ao Presidente Trump que assim procedesse, inclusive antes do tarifaço ao Brasil?
Parece improvável pensar nessa narrativa; mas se pensarmos, aceitar que seja divulgada por pessoas com responsabilidade institucional, por membros de governos, por integrantes de partidos, dos poderes constituídos e mais ainda pela imprensa[2], pelas grandes redes de comunicações, que deveriam ter o dever de informar, de comunicar, de transmitir a verdade, não a “verdade que queremos”.[3]
Mas quem governa o país? Será que ainda estamos sendo governados pelo antigo governo, pela “família Bolsonaro”, pelos poderes constituídos, por um dos poderes do Estado; quem governa o nosso País? Que cada um de nós possa pensar e responder, livremente, democraticamente, com sua liberdade, com os direitos e garantias fundamentais previstas na constituição e devidamente protegidos pelo Estado, sem censura. Ou deixamos de considerar certa a ideia-força: CENSURA NUNCA MAIS.?
[1] CORONEL QOEM Res Brigada Militar/RS e Especialista INTEGRAÇÃO E MERCOSUL/UFRGS
[2] Cheguei a ouvir no “em pauta, do dia 21 de julho de 2025, às 2019 h. um jornalista falar em conspiração”,
[3] O mundo contemporâneo, marcado pelo negacionismo e pela desinformação, representa um desafio para a ideia de verdade baseada em fatos. Isso porque o negacionismo fortalece o discurso de que as evidências ou os fatos não importam. O termo cunhado para indicar esse cenário de aniquilamento da verdade e dos fatos é “pós-verdade”. Assim, a pós-verdade aponta para um contexto em que os fatos não são mais levados em consideração para a análise da verdade de determinada informação. Inclusive, os fatos podem ser obscurecidos, selecionados e apresentados de modo a favorecer certa interpretação do que seja a verdade. Por isso, a manipulação dos fatos tem sido instrumento de grupos políticos com interesses ideológicos para direcionar o modo como as pessoas pensam e votam. Nesse sentido, existe uma tentativa de subordinar a verdade à ideologia política, de modo que os sentimentos passam a ter mais peso do que as evidências no processo de formação do conhecimento. Esse tipo de comportamento representa um risco à democracia. In: Oliveira (editor-chefe), I. V. de . (2023). VERDADE, PÓS-VERDADE E DESINFORMAÇÃO. Sapere Aude, 14(28), 424–429. Recuperado de https://periodicos.pucminas.br/SapereAude/article/view/32200
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