História emocionante de uma família que há mais de 100 anos veste com orgulho a farda da BM
A Brigada Militar é feita de pessoas. De homens e mulheres que dedicam suas vidas à proteção da sociedade. Dentro de cada coração PM são construídas histórias de amor à Brigada. Muitas unem forças de pai para filho. E, entre esses laços de compromisso e vocação, uma se destaca de forma especial neste Dia dos Pais: a trajetória de uma família de Santa Maria, que já conta com cinco gerações de brigadianos.

Tudo começou com o 1º sargento João Evangelista de Mello, nascido em 1903, que ingressou no 1º Regimento de Cavalaria da Brigada Militar como recruta em 1922. A farda, ainda que de tecido grosso e botas de montaria, já carregava o símbolo de uma linhagem que jamais se romperia. Seu filho, o 2º tenente Waldir Evangelista de Mello, também serviu no mesmo regimento, solidificando um caminho que se tornaria parte da identidade familiar.
Emoção de menino
Décadas depois, hoje capitão PM Glênio Grazioli da Silva lembra, com emoção, de quando ainda menino observava os tios e, posteriormente, o sogro fardados, desfilando pelas ruas de Santa Maria. “Desde guri, eu via eles fardados e dizia: um dia eu vou botar essa farda também.” Inspirado por esses exemplos, ingressou na Brigada em 1972, após uma breve passagem pelo Exército, ainda no mesmo ano. No dia 18 de novembro, mesma data em que a BM completava 135 anos, casou-se com Maria Angélica Mello, sua atual esposa, filha do tenente Waldir.

Capitão PM Glênio Grazioli da Silva
Mais do que seguir os passos dos antepassados, Glênio construiu também o próprio legado. Serviu como soldado, cabo, sargento, chegou ao posto de capitão e foi instrutor de cursos de formação. “É o maior orgulho que a gente sente, constituir uma família e vê-los na mesma corporação. Isso emociona. Ver os filhos, e agora a neta também, seguindo o mesmo caminho”, relata, com a voz embargada. Um dos filhos do capitão PM Glênio Grazioli é o atual comandante do 1º Regimento de Polícia Montada (1º RPMon) de Santa Maria, tenente-coronel Marcus Giovani Mello da Silva.

Pai e filha
O outro filho de Glênio, o soldado PM Luiz Glênio Mello da Silva, hoje lotado no CRPO Central, também seguiu a vocação com naturalidade. “Desde pequeno, eu morei dentro de quartel. Via meu pai com a farda, os valores que ele representava, e aquilo foi me inspirando.” Das lembranças de infância dentro do batalhão à convivência cotidiana com a caserna, tudo fez parte da construção de sua identidade.
Hoje, pai e filha compartilham o mesmo uniforme e o mesmo amor pela BM. “A minha filha Victória é a primeira mulher brigadiana da família e a quinta geração de brigadianos, tendo tataravô, bisavô, vô e pai da Brigada Militar.”
Primeira mulher
Essa filha é a soldado PM Victória Mello da Silva, a primeira mulher da família a entrar para a Brigada Militar. Ex-aluna do Colégio Tiradentes de Santa Maria, ela hoje atua como policial no mesmo Colégio Tiradentes, em Porto Alegre. “Desde criança, eu brincava com os materiais do meu pai, desfilava com meu avô nas comemorações de Sete de Setembro. Não me imaginava fazendo outra coisa que não fosse seguir a carreira militar”, conta.
Para Victória, a Brigada sempre esteve presente — nos gestos, nas histórias de família, nas conversas à mesa. “O que eu recebi do meu avô e do meu pai foi muito mais que inspiração. Foram valores. Hoje, trabalhar ao lado do meu pai é uma honra. Uma alegria que nem sei mensurar.”
Emocionada, ela lembra também do esforço do avô, que criou sete filhos com dignidade e força, sustentados pelo trabalho na Brigada Militar. “Ele sempre deu conta de tudo. E hoje, quando olho para trás e vejo tudo o que ele e meu pai fizeram pela nossa família, só posso dizer: sou grata. Muito grata.”
Patrimônio de valores
Mais do que uma profissão, a farda da Brigada Militar representa para essa família uma herança de honra, disciplina, coragem e união. São cinco gerações — de tataravô à neta — que mantêm vivo o ideal de servir e proteger.
Em nome da família do capitão RR Glênio, do soldado PM Glênio e da soldado PM Victória, a Brigada Militar saúda a todos os pais brigadianos neste dia especial. Pais que, como eles, deixam legados que não se apagam com o tempo, porque estão cravados na história, nas memórias e nos corações.
Feliz Dia dos Pais!
A todos os que se orgulham de vestir a farda e de ensinar, com ela, o valor de ser exemplo dentro e fora de casa.
SAIBA MAIS
As 5 gerações da família de brigadianos:
1ª geração – Tataravô
João Evangelista de Mello
o Ingressou na Brigada Militar em 1922.
o Era 1º sargento no 1º Regimento de Cavalaria.
o É o patriarca da linhagem.
2ª geração – Bisavô
Waldir Evangelista de Mello
o Filho de João.
o Foi 2º tenente, também servindo na Brigada Militar.
o Pai de Maria Angélica Mello.
3ª geração – Genro do bisavô (casado com a neta de João)
Glênio Grazioli da Silva
o Capitão RR (reserva remunerada) da BM.
o Casou-se com Maria Angélica Mello (filha de Waldir).
o Entrou para a BM em 1972.
o Embora seja genro de Waldir, é considerado parte da linhagem brigadiana, pois deu continuidade com o filho e neta.
4ª geração – Filho
Luiz Glênio Mello da Silva
o Filho de Glênio e Maria Angélica.
o Soldado PM no CRPO Central.
o Cresceu em ambiente militar, influenciado pelo pai e avô.
5ª geração – Neta (filha do 4º)
Victória Mello da Silva
o Primeira mulher brigadiana da família.
o Soldado PM, atua no Colégio Tiradentes de Porto Alegre.
o Filha de Luiz Glênio, neta de Glênio, bisneta de Waldir e tataraneta de João.
Texto: jornalista Marcelo Miranda – SC PM5/Brigada Militar
Fotos: Sd Brenda e Sd Morsch PM5/BM
Fonte: Brigada Militar