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A história dos célebres “Abas Largas” da Brigada Militar

GZH: por LEANDRO STAUDT 

Os “Abas Largas” da Brigada Militar foram populares no interior gaúcho. Se na cidade o trabalho era feito pelas duplas de “Pedro e Paulo”, o campo era guarnecido por homens a cavalo. O chapéu de aba larga acabou denominando os brigadianos do policiamento rural montado.

A origem dos “Abas Largas” está em Santa Maria. Em cenário de crimes nas áreas rurais, principalmente furto de gado, a Brigada Militar reforçou a atuação nas regiões distantes dos centros urbanos. Em 1948, o coronel Walter Peracchi Barcellos, comandante-geral da BM, encaminhou proposta de transformação do 1º Regimento de Cavalaria em Regimento de Polícia Rural Montada. Inicialmente, criou apenas um esquadrão de polícia rural, responsável pela região da fronteira, em função do contrabando.

Em 29 de novembro de 1955, o 1º Regimento de Cavalaria foi transformado em Regimento de Polícia Rural Montada (RPRM), que teve esquadrões em Santa Maria, Alegrete, Tupanciretã, Farroupilha e Pelotas. Em 1956, começou a atuação dos “Abas Largas”, que logo ficaram célebres. Chegaram a virar personagens de histórias em quadrinhos e filme, em cartaz em 1963. No mesmo ano, “As Aventuras dos Abas Largas” foi um programa da Rádio Farroupilha, baseado nas histórias vividas pelos policiais da Brigada Militar.

Revista do Globo, em 1957, divulgou que o efetivo reunia 2.574 homens. Citou também inspiração na polícia montada do Canadá na formação do regimento. Em outra reportagem, em 1966, a revista destacou que o “chapéu é consignado na Brigada Militar como um brasão em homenagem ao gaúcho e só é fornecido após comprovação de ótimo comportamento do soldado e de suas aptidões para desempenhar a alta missão que lhe é confiada, ficando como um diploma ao seu possuidor”.

Além de combater criminosos, os policiais tinham outras tarefas importantes naquele período de maior dificuldade de locomoção. O policial montado fazia atendimento de primeiro-socorro, debelava incêndios em matas e plantações, informava aos órgãos sanitários sobre epidemias ou epizootias, transportava valores e conduzia médicos, enfermeiros e parteiras a locais de difícil acesso. Em locais remotos, também entregava correspondências e prestava serviços assistenciais.

Em 1961, o Regimento de Polícia Rural Montada mudou para 1º Regimento de Polícia Rural Montada (1º RPR Mont), com zona de atuação menor, já que foram criados outros dois regimentos em outras regiões. Em 13 de agosto de 1974, decreto determinou a alteração da denominação do 1º RPR Mont para 1º Regimento de Polícia Montada (1º RPMon), que continua em atividade.

O chapéu de aba larga só é usado atualmente em solenidades na Brigada Militar. Como o policiamento montado atua em áreas urbanas e grandes eventos, por segurança, os policiais usam capacetes, com viseira acrílica. Eles ficam mais protegidos em caso de queda do cavalo, arremesso de objetos por manifestantes e em outras situações.

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