Estimativa considera o cronograma de formação e o estágio operacional dos alunos-soldados
Airton Lemos GZH
Após o anúncio do chamamento de 1,2 mil novos soldados para a Brigada Militar, a corporação já trabalha com uma projeção concreta: os primeiros policiais formados devem chegar às ruas entre o fim de setembro e o início de outubro de 2026. Segundo o comandante-geral, coronel Cláudio Feoli, a estimativa considera o cronograma de formação e o estágio operacional dos alunos-soldados.
Os 800 primeiros convocados iniciam o curso na segunda quinzena de janeiro. Com oito meses de aulas, a formatura está prevista para o fim de setembro ou início de outubro. Outros 400 começarão a formação em abril e só devem reforçar o policiamento em 2027. Antes disso, todos passam por um estágio de 30 dias.
Distribuição só será definida no fim do curso
Ainda não há definição sobre quais cidades receberão o novo efetivo. A corporação trabalha com critérios técnicos que só podem ser aplicados após a conclusão da formação.
— Ao final do curso nós avaliamos todo um contexto técnico de distribuição, inicialmente preenchendo aqueles municípios que têm um efetivo muito baixo em relação à sua população e, a partir daí, os de maior índice de criminalidade — conclui.
Segundo Feoli, a lógica é: primeiro, reforçar municípios com efetivo baixo em relação à população; depois, priorizar localidades com maiores índices de criminalidade. A avaliação depende de indicadores que variam ao longo do ano, o que impede antecipar o mapa de distribuição.
Oito meses de formação e protocolos atualizados
A formação dos novos soldados inclui disciplinas de Direito, Direitos Humanos, técnica policial, defesa pessoal, uso progressivo da força e aplicação de armas letais e não letais. Eles também recebem treinamento em policiamento comunitário, proteção escolar, atendimento a grupos vulneráveis e procedimentos operacionais padrão.
Déficit ainda é grande, mas vem diminuindo
A entrada dos novos policiais melhora o quadro, mas não resolve o déficit histórico. Feoli lembra que, na década de 1990, a Brigada contava com cerca de 30 mil policiais.
Com o chamamento anunciado, a projeção é que o efetivo alcance 20 mil PMs em 2026 — número ainda distante do patamar de 30 anos atrás, embora superior ao registrado nos últimos anos.
Além dos soldados, a corporação prevê o chamamento de 120 alunos-oficiais em 2026, cujo curso tem duração de dois anos.
Tecnologia e gestão por resultado para compensar defasagem
Mesmo com menor efetivo que no passado, a Brigada afirma que tem conseguido reduzir indicadores de criminalidade com o uso de ferramentas de gestão. Dados de incidência de ocorrências orientam a alocação de equipes, horários de reforço e distribuição de viaturas, numa estratégia que a corporação utiliza para otimizar recursos humanos e materiais.




