Associação de delegados decidiu restringir informações à imprensa em 27 de outubro, como protesto; encontro com o Executivo foi marcada para quinta-feira (16)
JEAN PEIXOTO GZH
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Duas semanas após restringir o fornecimento de informações à imprensa como forma de protesto contra a falta de reajuste salarial, os policiais civis decidiram na segunda-feira (13) retomar as divulgações. Segundo a Associação dos Delegados de Polícia do Rio Grande do Sul (Asdep), a decisão foi tomada após o agendamento de uma reunião com o governo do Estado para discutir as pautas da categoria.
O encontro foi marcado para a tarde de quinta-feira (16), na Secretaria Estadual do Planejamento. Em assembleia realizada em 27 de outubro, a Asdep havia decidido parar de dar entrevistas e divulgar detalhes à imprensa sobre operações policiais e número de prisões. A medida foi utilizada como forma de pressionar o Piratini a dialogar com a categoria sobre o piso da categoria. A queda dos indicadores de criminalidade é uma das bandeiras do governo.
— Desde julho tínhamos mandado três ofícios e o governo Leite nem mesmo nos respondeu. Estamos há 10 anos sem um aumento digno. Esse governo que está aí há quase cinco anos nos deu 6% de reajuste que mal repôs a inflação. Fora o governo Sartori. Isso é um absurdo — critica o delegado Guilherme Wondracek, presidente da Asdep.
Segundo Wondracek, a retomada das divulgações ocorre como “voto de confiança” para o governo, mas afirma que, caso as demandas não sejam atendidas, o embargo poderá ser retomado, além de outras medidas.
— Queremos ter uma previsão de reajuste, mas o governo é muito vago. Teve outros Estados como Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo que deram até 20% de reposição, e nós aqui ficamos assim — pondera o presidente.
Na quinta-feira passada (9), o governo do Estado recebeu entidades que representam os servidores da Polícia Civil para debater o tema. Após mais de duas horas de conversa, ficou decidido que seria criada uma mesa de negociação para estabelecer um cronograma de reajuste salarial, a partir de 2024.
No início de outubro, centenas de policiais civis marcharam por ruas de Porto Alegre em protesto por reposição salarial e pagamento de horas extras. Outras demandas apresentadas pelas entidades que representam a categoria são a reposição de efetivo e falta de promoções na carreira. Além disso, o ato também reivindicava a equiparação dos comissários com os capitães da Brigada Militar e a aprovação do PL da Paridade.
Procurado pela reportagem, o governo do Estado não se manifestou sobre a decisão até a publicação desta matéria.