Para 2026, a previsão era do ingresso de mais 300 alunos soldados, o que reforça a importância da manutenção da estrutura no município
Fernanda Bassôa Correio do Povo
Uma grande mobilização contra a extinção da Escola de Formação e Especialização de Soldados (EsFES) da Brigada Militar, na cidade de Montenegro, reuniu autoridades locais, lideranças, representantes da segurança pública e entidades, em frente ao prédio da corporação, no Passo do Manduca. O grupo realizou um abraço simbólico à escola, em um gesto de união pela manutenção da estrutura no Município. Para 2026, a previsão era do ingresso de mais 300 alunos soldados, o que reforça a importância da manutenção da estrutura no município.
A mobilização, que reuniu mais de 100 pessoas, ocorre após o Governo do Estado protocolar junto à Assembleia Legislativa um projeto que pretende transformar a EsFES em um centro de treinamento policial e transferir as vagas para Porto Alegre, além de propor a mudança do 27º Batalhão da Polícia Militar (BPM) de São Sebastião do Caí, para 5ª Companhia Independente.
Durante o pronunciamento, o prefeito de Montenegro, Gustavo Zanatta reforçou que esteve por dois dias consecutivos na Assembleia Legislativa, articulando com deputados e autoridades do Estado a permanência das atividades. Ele também destacou que já está em contato com membros da Associação dos Municípios do Vale do Caí (AMVARC), buscando apoio regional para fortalecer a defesa da escola.
Para Zanatta, a medida traz impactos diretos não só para a cidade, mas para todo o Vale do Caí pois a Escola da Brigada é estratégica para a segurança pública e para o desenvolvimento regional. Segundo ele, o encerramento das atividades seria “extremamente prejudicial”, pois a EsFES movimenta a economia local, beneficiando comércio, setor imobiliário, supermercados e serviços.
A vereadora Josi Paz anunciou que haverá, nesta quinta-feira, uma mobilização conjunta durante a sessão da Assembleia Legislativa, com a presença de diversas lideranças de Montenegro. Os participantes vão reivindicar que o município mantenha o direito de sediar a EsFES. O ex-comandante da unidade, Oscar Bessi Filho, também manifestou apoio à causa.
A proposta de extinção tem gerado preocupação entre moradores, lideranças comunitárias e representantes da segurança pública, que destacam a importância da EsFES para a formação de soldados, para a sensação de segurança entre os munícipes e para o fortalecimento regional da Brigada Militar, além da movimentação econômica no município.
Na semana passada, instituições contrárias ao projeto proposto pelo Governo do Estado – Associação Comercial e Industrial (ACI), Sindilojas, Ordem dos Advogados (OAB), Câmara de vereadores e o Consepro – solicitaram esclarecimentos sobre os critérios técnicos que justificam fechar uma estrutura moderna, completa, com capacidade para 400 alunos, quatro linhas de tiro e quase 30 hectares diária, enquanto outras unidades menores seguem ativas.




