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Entenda o que é dissuasão focada, estratégia adotada pelas forças de segurança para combater homicídios em Caxias

Subcomandante-geral da Brigada Militar, coronel Douglas da Rosa Soares, esteve na cidade para tratar do protocolo baseado em estudo norte-americano

Camila Boff Pioneiro

Com os índices de homicídios estabilizados após uma escalada de violência no início de 2024, Caxias do Sul vive um novo momento no combate à criminalidade. Nesta semana, o subcomandante-geral da Brigada Militar, coronel Douglas da Rosa Soares, esteve na cidade para apresentar a teoria por trás da estratégia já em curso: a dissuasão focada. 

O modelo tem origem no estudo do criminólogo norte-americano David Kennedy e indica que não é possível resolver todos os crimes de uma só vez. A lógica, então, é priorizar o delito que mais provoca temor na população (no caso, o homicídio) e adotar protocolos que dificultem a repetição. 

— Não temos como atacar tudo. Temos que escolher o crime que mais assombra a comunidade e agir diretamente nele — afirma o coronel.

A estratégia, implantada inicialmente na Região Metropolitana, tem como plano de fundo a principal ferramenta do RS Seguro. O programa de segurança pública, implementado em fevereiro de 2019 e que hoje abrange os 497 municípios gaúchos, adota a integração dos órgãos de segurança pública para reduzir a criminalidade.

Além da Brigada Militar e da Polícia Civil, participam do processo a Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe), a Polícia Penal, o Ministério Público, o Poder Judiciário, o Instituto-Geral de Perícias, o Corpo de Bombeiros e o Detran. Na dissuasão focada, cada instituição assume etapas específicas do protocolo, que vão desde a prevenção até a responsabilização dos criminosos.

— A dissuasão focada trabalha com integração. Cada passo do protocolo cabe a uma instituição diferente. É isso que permite que o resultado seja mais robusto — ressalta.

Acompanhado pelo diretor do Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Mario Souza, o subcomandante-geral veio a Caxias para conversar com integrantes da BM e da Polícia Civil, uma vez que a Secretaria de Segurança Pública (SSP) decidiu “apresentar o conhecimento por trás do que já vem sendo feito”. A ideia é capacitar os operadores locais para que aprimorem os protocolos com base na experiência cotidiana. 

— Duas cabeças pensam melhor do que uma. Ao entender a teoria, o operador pode propor inovações e usar tecnologias que fortaleçam a execução — afirma Douglas.

Uma das metas do RS Seguro é reduzir as taxas de homicídio para 100 mil habitantes nos municípios. Segundo o coronel, no Estado, o índice já foi de 30 mortes para cada 100 mil habitantes. 

— Hoje nós trouxemos isso para a casa dos 14, 15, 16 para cada 100 mil em todo o Estado. Algumas localidades já têm um padrão europeu, abaixo de 10. Qual é a expectativa nos próximos anos? É que nós consigamos atingir a taxa em todo o Estado para 10 mortes para cada 100 mil habitantes.

Segundo o subcomandante, além de reduzir indicadores e combater a criminalidade, a proposta do RS Seguro é criar um ambiente protegido para a vida nas cidades. 

— A ordem nas ruas atrai riquezas. A segurança, para qualquer empreendimento, é um quesito extremamente importante para que a gente não tenha um gasto desnecessário com algo que o Estado já deveria dar — defende o coronel.

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