Governo do RS: Tempo deve complicar planos do Executivo e colocar discursos em xeque

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Começa a ganhar força questionamentos sobre discursos recentes do governador Eduardo Leite e secretários estratégicos

Taline Oppitz Correio do Povo

Manifestações do governador Eduardo Leite têm gerado questionamentos | Foto: Camila Cunha

O adiamento da sessão plenária extraordinária da Assembleia Legislativa, que viabilizou mais tempo para a análise dos projetos de reestruturação em carreiras do funcionalismo, deve complicar a vida do Executivo e de seus articuladores. Já circulam e começam a ganhar força, inclusive entre aliados, questionamentos relativos a discursos recentes do governador e de secretários estratégicos, como a da Fazenda, Pricilla Santana.

Entre eles, a defesa incisiva da necessidade de majoração da alíquota modal do ICMS, de 17% para 19,5%, e, na segunda tentativa, para 19%. Diante do fracasso nas duas tentativas, foram aplicados os cortes nas concessões de incentivos fiscais, que haviam sido decretados.

O discurso do governo era o de que se nenhuma das medidas fosse colocada em prática para garantir fôlego à receita, não estavam descartados o retorno dos atrasos no pagamento dos salários do funcionalismo e o risco na prestação de serviços públicos essenciais à população. Sem falar dos impactos de longo prazo.

Veio então a maior tragédia climática da história do país. E com ela, a necessidade de reconstrução e readaptação. Não há dúvida de que o reforço do funcionalismo é decisivo para o processo. Aliás, o papel do Estado, tão discutido e questionado em outros tempos, se tornou estratégico e decisivo em meio ao caos e às crises humanitária e econômica.

O problema é que as manifestações recentes, de antes das enchentes, colocam em xeque as de agora. O governador Eduardo Leite defende, atualmente, que a queda na arrecadação é circunstancial e que, portanto, há como arcar com o impacto estimado das medidas, de R$ 3 bilhões. Confirmado o cenário, porém, os discursos que eram defendidos até as enchentes serão automaticamente rasgados.

Contaminação eleitoral também preocupa

Apesar de não estar sendo efetivamente destacada por articuladores do governo do Estado, a proximidade cada vez maior de datas estratégicas do calendário eleitoral e das disputas em si são consideradas problemas a mais no cenário das negociações envolvendo a tentativa de aprovação do pacote de propostas que promovem alterações nas carreiras do funcionalismo.

O clima de eleições ganhará novas dimensões com o início das convenções partidárias, que começaram neste fim de semana.

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