Nesta manhã o Governador Eduardo Leite disse ser INADMISSÍVEL a morte do apenado e líder de facção Nego Jackson, dentro da Penitenciária Estadual de Canoas (ver matéria da morte). Segundo Eduardo leite , essa situação merece a mais profunda investigação afirmou ele. Não discordamos disso, mas desconhece o Governador a realidade dos presídios brasileiros, a guerra de facções é rotina dentro desses ambientes, e não é nada extraordinário isso acontecer.
Agora, o que achamos inadmissível é segundo informações dos próprios agentes, que a média é de quatro policiais penais de serviço para cada módulo com 400 apenados. Ou seja, existiriam cem vezes mais detentos do que agentes para monitorar os movimentos deles.
Os servidores do sistema penitenciário reclamam que esse complexo penal, que surgiu para ser modelo, não tem muros, que as telas são cortadas com alicate, que esquadrilhas de drones manipulados por criminosos enxameiam ao redor da prisão e que um desses aparelhos levou a pistola usada para matar o chefe criminoso.
Segundo os agentes o complexo prisional de Canoas tem hoje mais de 380 integrantes da facção Bala na Cara e outro contingente semelhante de presos ligados aos Manos, Família do Sul (a facção chefiada pelo Nego Jackson) e Abertos. Os policiais penais dizem que, dos quatro módulos da Pecan, só um não tem detentos faccionados (a Pecan1). E esta penitenciária nasceu como modelo para não abrigar presos de facções.
Por fim, esperamos que mais uma vez, toda a responsabilidade não cais sobre os policiais penais, que sobre extrema tensão tem que cuidar primeiro da sua segurança e depois cuidar dos demais, sem meios para isso.