Polícia analisa imagens de câmeras para esclarecer morte de PM em perseguição na zona norte de Porto Alegre

PUBLICIDADE

Soldado Roniclei Luciano Graef Cipolato, 46 anos, pai de quatro filhos, estava em operação no bairro Costa e Silva quando foi atingido por tiro na aorta

Cipolato estava na Brigada Militar desde 2004Polícia Militar / Divulgação

BRUNA VIESSERI GZH

A Polícia Civil investiga as circunstâncias da morte do soldado Roniclei Luciano Graef Cipolato, 46 anos, durante operação na zona norte de Porto Alegre, na noite de sábado (25). O brigadiano participava de uma ação para coibir o crime organizado no bairro Costa e Silva quando foi baleado e não resistiu. Nesta segunda-feira (27), as equipes realizam diligência para esclarecer o caso. Até o momento, ninguém foi preso.

De acordo com a polícia, imagens de câmeras de monitoramento da região foram obtidas e estão sendo analisadas. A expectativa é de que elas ajudem a entender a dinâmica da ação que causou a morte de Cipolato. Laudos do Instituto-Geral de Perícias (IGP) também são aguardados.

Conforme o diretor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), delegado Mario Souza, as equipes também irão esclarecer de onde partiu o tiro que atingiu o soldado. 

— No começo de uma investigação por homicídio, não se descarta nenhuma possibilidade. Mas, neste momento, a informação de que ele foi baleado por um colega não procede. Claro que tudo ainda é muito preliminar. Estamos em diligências e é preciso aguardar o andamento da investigação. Esse trabalho é feito sob sigilo, para não ser prejudicado. O que quer que tenha ocorrido naquele momento será apurado, e todos os indivíduos envolvidos serão responsabilizados.

O delegado destacou ainda que este é um caso “sensível” e afirmou que a Polícia Civil lamenta a morte do brigadiano.

No sábado, a ocorrência foi atendida pelo delegado Thiago Zaidan, que estava no plantão de Homicídios. Ele afirmou que foram feitas perícias no local e tomados os relatos iniciais de PMs que estavam na ação. Ele ficará responsável pela investigação, atribuída a 3ª Delegacia de Homicídios da Capital.

A Brigada Militar também irá investigar o caso, por meio de um inquérito policial militar(IPM), que apura a atuação de PMs em serviço. O prazo de conclusão é de 40 dias.

PM estava no telhado

Conforme a BM, por volta das 20h de sábado, Cipolato e um colega — ambos da Seção de Inteligência — estavam em uma ação discreta, que visa coibir o tráfico de drogas e homicídios na região. Viaturas ostensivas estariam nas proximidades para dar apoio.

Cipolato e o colega teriam avistado dois suspeitos armados e tentaram a abordagem. Um criminoso fugiu por cima de um telhado, sendo perseguido por Cipolato. Neste momento, o PM foi atingido na aorta. Como os criminosos seguiam atirando, demais policiais tiveram dificuldade para resgatar o colega, segundo a ocorrência. Foram feitas tentativas de reanimação, mas o soldado não resistiu ao ferimento.

A região onde a morte ocorreu é conhecida, segundo autoridades, pela intensa movimentação de traficantes e pelo alto índice de assassinatos. Criminosos circulam com armas de forma ostensiva, fazendo a “segurança” em bocas de fumo.

Após o caso, um criminoso armado foi capturado. No entanto, ele não teria envolvimento com a morte e foi preso por porte ilegal de arma de fogo.

Despedida

O enterro do soldado ocorreu no domingo (26), às 17h, em Capela de Santana, após velório que reuniu familiares e amigos. Cipolato estava na BM desde 2004 e atuava na Seção de Inteligência do 20º Batalhão de Polícia Militar (20º BPM). Ele deixa quatro filhos.

O secretário da Segurança Pública do Estado, Sandro Caron, que acompanha o caso desde a noite de sábado, viajou para participar do velório do PM. Caron disse ter solicitado prioridade na investigação do crime.

O governador Eduardo Leite e o vice Gabriel Souza lamentaram a morte do PM no Twitter.

Mais recentes

PUBLICIDADE

Rolar para cima