Por CLÁUDIO FEOLI, comandante-geral da Brigada Militar

O que separa 1837 de 2025? Em 1837, começava o reinado da Rainha Vitória, cuja linhagem levaria, gerações depois, ao atual rei Charles III. Era também o ano em que o telégrafo nascia e que hoje repousa em museus, superado por satélites, celulares e Internet. Quase dois séculos depois, o tempo transformou tecnologias e costumes, mas não mudou algo essencial: a necessidade humana por ordem, segurança e qualidade de vida. E, acima de tudo, a confiança em uma força pública capaz de garanti-las.
Desde sua fundação, em meio à efervescência farroupilha, a Brigada Militar tem estado ao lado dos gaúchos nos grandes capítulos da história. Na Revolução Federalista de 1893, na de 1923, em 1930 e 1932, a Instituição foi protagonista da defesa da legalidade e da estabilidade social. São episódios que forjaram a identidade brigadiana, pautada pela coragem, pelo espírito público e por um compromisso inegociável com a sociedade gaúcha.
Essa tradição, construída por heróis como Massot e Olmira e perpetuada por milhares de homens e mulheres ao longo das gerações, atravessou os séculos. A Brigada evoluiu do paradigma bélico para o moderno policiamento comunitário, sempre movida pelo mesmo propósito: proteger vidas e garantir a paz social.
Hoje, cerca de 19 mil policiais militares servem em todos os rincões do Estado. São profissionais vocacionados, treinados e equipados para agir com técnica, empatia e respeito à lei. Alinhados às políticas de segurança que valorizam integração, investimento e autonomia técnica, têm proporcionado resultados expressivos: o Rio Grande do Sul caminha para encerrar 2025 como um dos anos mais seguros de sua história recente.
E é curioso notar: mesmo aqueles que, por desconhecimento ou preconceito, criticam a Brigada Militar ou a atividade policial, são os primeiros a clamar por nossos policiais quando o perigo se aproxima. Na hora do medo, é à Brigada que todos recorrem, porque sabem que, em qualquer circunstância, estaremos lá.
O tempo, que transformou o telégrafo em satélite e o cavalo em viatura, mantém viva a Brigada Militar. Viva pela tradição, pela técnica e, sobretudo, pelo espírito de servir. Ao completar 188 anos, reafirmamos o pertencimento que nos une ao povo gaúcho: somos parte da mesma história, da mesma terra e do mesmo ideal de justiça e paz.
Dessa aliança entre tradição e inovação, nasce o futuro que desejamos: um Rio Grande do Sul cada vez mais seguro, mais solidário e mais consciente do valor da sua Brigada Militar.
Artigo publicado no Correio do Povo




