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Policiais querem mais equipamentos de proteção e socorro médico

Morte do escrivão da Polícia Civil Daniel Abreu Mendes, baleado por um criminoso que portava pistola capaz de disparar rajadas, reaviva discussões sobre segurança nas operações contra quadrilhas

Humberto Trezzi GZH

A morte do escrivão da Polícia Civil Daniel Abreu Mendes, ocorrida dia 21, reativou o debate sobre a segurança nas operações contra o crime incorporadas à rotina policial. A média é de várias por semana, por vezes até três num dia. No caso do agente assassinado semana passada, aquilo que poderia ser uma ação rotineira (a prisão de um traficante, no município de Butiá) se transformou em tragédia. O assassino é um menor de idade que usava uma pistola adaptada para dar rajadas de tiros, como se fosse metralhadora. Os projéteis pegaram em pontos não protegidos pelo colete balístico do policial.

A questão é que, mesmo quando os tiros atingem o colete não existe garantia de que serão bloqueados, ressalta o presidente da Ugeirm/Sindicato da Polícia Civil, Isaac Ortiz. Ele assinala que os coletes disponíveis para PMs e policiais civis são de nível básico, suportam tiro de revólver e pistola, mas não de fuzis e carabinas. E diz que alguns estão com prazo de validade vencido ou por vencer.

A verdade é que as polícias em geral não trabalham com coletes à prova de tiro de fuzil. Esses, de nível III ou IIIA, são usados pelas Forças Armadas e consistem em duas placas extremamente resistentes, colocadas na frente e atrás do tórax. Via de regra são pesados e por isso não apropriados para jornadas de oito horas de patrulhamento, mas poderiam ser usados em ações especiais, no momento de prender uma quadrilha, por exemplo.

Outra sugestão de Ortiz é que uma ambulância acompanhe grupos de policiais que participam de ações mais delicadas, com possibilidade de confronto. Isso acontece em casos de guerra: veículos de salvamento e resgate com primeiros socorros seguem as colunas de blindados na retaguarda dos que vão para batalhas.

– E a missão cotidiana dos policiais não deixa de ter similaridade com as guerras – compara Ortiz.

O chefe da Polícia Civil gaúcha, delegado Fernando Sodré, admite que são muito poucos os coletes resistentes a tiros de fuzil disponíveis na corporação. Uma das unidades que trabalha com eles é Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), tropa de elite, muito acionada em ações contra quadrilhas de assaltantes e tráfico. Ela costuma fazer a linha de frente no ingresso dentro das residências.

Mas não há Core disponível para todas as operações. No caso da ação em Butiá, o ingresso na casa do bandido foi feito pelos agentes que atuam em delegacias comuns, como era o caso de Daniel Mendes, lotado na DP de Guaíba.

Sodré diz que este ano será feita uma grande compra de coletes balísticos convencionais (para uso rotineiro) e também de alguns coletes mais pesados, como os das Forças Armadas. Os com prazo por vencer serão substituídos. Além deles, escudos balísticos, para melhorar o ingresso nos locais suspeitos

Em relação a ambulâncias, será criado um Departamento de Saúde na Polícia Civil, que prevê compra de veículos de uso médico, inclusive para operações. Ele salienta que todo policial civil recebe treinamento de primeiros socorros, embora casos como o que vitimou o escrivão Daniel Mendes (atingido inclusive no pescoço) sejam de difícil tratamento, mesmo para médicos experientes.

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